domingo, 20 de dezembro de 2009

Como reconhecer um direitista enrustido?


Listinha básica (porque, como bem sabemos, ninguém tem coragem de admitir que é de direita no Brasil, mas prestando atenção aos discursos e atitudes das pessoas fica fácil identifica-los.


1) O direitista enrustido costuma bradar que odeia política e políticos em geral e que “não existe esse negócio de direita e esquerda”. Mas, na prática, é diferente. O cara vota no Maluf, em alguém do PFL, do PSDB ou em qualquer um que for o anti-petista ou anti-esquerdista da vez. Se Adolf Hitler em pessoa ressuscitar e chegar ao segundo turno contra Marta Suplicy, por exemplo, adivinhem só em quem ele vai votar?

2) Eles adoram xingar os abusos da Telefônica, da CPFL e os pedágios caríssimos das estradas. Enquanto você concorda, são só sorrisos. Porém, na hora que você lembra que a culpa de tudo isso recai sobre as privatizações lesa-pátria ocorridas nos oito anos de governo FHC, ele fecha a cara e começa a defendê-las, alegando que “antes a gente tinha que esperar anos pra conseguir um telefone” e que a culpa é das “agências reguladoras” (que também foram criadas pelo FHC). Aí você explica que não é contra parcerias público-privadas, desde que elas sejam feitas em favor da população e não de um grupelho de “amigos do rei”. E então faz aquela fatídica constatação: “Realmente, hoje você consegue uma linha rapidinho, só que paga as tarifas mais caras do mundo, recebe em troca um serviço horrível e não tem ninguém para reclamar”. Se depois disso a pessoa se enfurecer e começar a falar mal do Lula, do PT ou de Cuba, pode ter certeza que você está diante de um direitista.



3) Toda pessoa de direita acredita piamente que as pessoas são pobres porque querem. “O problema do Brasil é que pobre não gosta de trabalhar”, costumam repetir. De tanto ler a Veja e ver o Jornal Nacional, eles passam a crer que o sujeito mora numa favela e só consegue trabalhar de lixeiro porque “não quis estudar” ou “não se esforçou o suficiente para subir na vida”. Quando você lembra que essas pessoas não têm condições nem para comer, são obrigadas a trabalhar desde cedo largando os estudos e, devido a tudo isso, só conseguem arrumar subempregos, o direitista novamente vai fechar a cara e começar a resmungar coisas sem nexo do tipo: “Pode ser, mas se um vagabundo desses entrar na minha casa eu meto tiro!”.

4) Ainda em relação aos excluídos, o direitista vive dizendo que a solução para os problemas sociais do país é “investir em educação”. Claro que, como bom esquerdista, você vai concordar com ele. Mas você será obrigado a explicar que a direita, que governou o país desde que o Cabral invadiu essas terras, nunca investiu em cultura e em educação. Pelo contrário. E foi durante a ditadura militar de direita que o sistema público de ensino sofreu seu golpe mais duro, ficando totalmente sucateado. Então vai lembrar ao direitista que se todo mundo tivesse estudo e condições iguais para “subir na vida”, ele (ou ela) seria obrigado(a) a fazer faxina na própria casa ou a recolher o lixo da rua, já que ninguém mais precisaria se sujeitar a trabalhar nesses subempregos, exceto de forma voluntária para ajudar a comunidade - igual acontece em Cuba – ou no mínimo ganharia um salário igual ao de um médico. Pronto. Depois dessa é melhor você correr para um abrigo!

5) Pessoas de direita tendem a ser extremamente incoerentes. Via de regra, elas falam mal de tudo (política e políticos, programas na TV, filmes, jornalistas, sexualidade, música) e repetem que “o mundo está perdido”, “nada mais presta” ou “na minha época não tinha nada disso”. E geralmente terminam suas reclamações dizendo que a única solução para tudo isso é “jogar uma bomba atômica e começar tudo de novo”. Aí, logo depois, eles afirmar que são “conservadores”...


6) Conheço uma dúzia de caras, por exemplo, que adoram o Pink Floyd (até tocam suas músicas em bandas cover) enquanto repetem jargões que deixariam até um nazista envergonhado. “Vai dizer que o Roger Waters é petista agora??” costumam vociferar quando você aponta essa incongruência a eles. Obviamente, os direitistas confundem ser “de esquerda” com “ser petista” ou “ser comunista”. Quando eles cantam “Imagine”, do Lennon, com certeza não se tocam que aquela é uma música que contesta o sistema vigente que eles defendem, ou seja, é de esquerda. E aí, voltamos à lógica esquizofrênica exposta acima: o direitista enrustido é contra tudo, acha que o mundo está perdido, que o ser humano não presta e que político é tudo FDP, mas na hora das eleições, dá seu voto aos sujeitos mais conservadores, reacionários e corruptos que existem. Justamente aqueles que, além de não mudar nada, vão deixar tudo ainda pior. Aqueles que, como diz Mino Carta, “querem deixar as coisas como estão para ver como é que ficam”.


7) Uma forma fácil de identificar um(a) direitista enrustido(a) é começar a falar sobre Cuba. Disfarçado no discurso “a favor da democracia e da liberdade”, você vai poder identificar todos os clichês mais obtusos que a mídia de direita usa para doutrinar os incautos. Não adianta você dizer que antes do Fidel, Cuba era uma ditadura de direita na qual a maioria esmagadora da população passava fome e não tinha direitos. Nem que, depois do Fidel, ninguém mais passa fome e todos têm acesso gratuito à educação, à saúde, à alimentação e ao transporte. Também é inútil explicar que, em Cuba, não existem crianças na rua pedindo esmola e que a maioria da população tem curso superior adquirido gratuitamente. Pois o direitista vai jogar na sua cara que em Cuba não existem carros zero km, nem telefone celular, nem shopping centers, nem DVD, nem liberdade de imprensa. Sim, trata-se da mesma pessoa que acabou de vociferar que “o mundo está perdido”, “na televisão só tem porcaria”, “jornalista é tudo safado e a imprensa é uma merda”, “hoje em dia essa molecada só quer gastar dinheiro com lixo” e “o problema do Brasil é a falta de educação e cultura”. Eu disse que coerência não é o forte deles, não disse?

8) Direitista enrustido que se preze é a favor do neoliberalismo. Não, ele não tem idéia do que é isso nem quem inventou esse negócio, mas como ouviu o Arnaldo Jabor e o Django Mainardi dizendo que era a solução para os problemas do mundo, ele acreditou. E passou a repetir tudo como um bom papagaio: são contra o Estado e as Estatais (mas não reclamam quando dinheiro público é usado para salvar bancos privados da falência), a favor das privatizações (sim, as mesmas que o fazem espumar de ódio contra a Telefônica) e pregam a “redução dos impostos” (ao mesmo tempo em que choram de raiva por terem que pagar fortunas para ter plano de saúde privado). Como são manipulados pela mídia de direita, adoram meter o pau no governo Lula, não reconhecem nenhum mérito nele e acreditam (mesmo!) que tudo de bom que acontece hoje no país é resultado do governo FHC (embora eles odeiem política e todos os políticos, inclusive os do PSDB, lembram?).


9) Outra característica marcante da turma da direita é a certeza absoluta que são donos da verdade. Quando eles falam sobre qualquer assunto, não estão emitindo uma opinião, mas sim uma verdade única e incontestável. A melhor forma de fazer um tipinho desses sair do armário e mostrar sua verdadeira face é simplesmente contestá-lo com argumentos sólidos e muita calma. Eles até vão tentar rebater, mas quando perceberem que o que estão dizendo é APENAS uma opinião e que, por mais que tentem te ridicularizar ou denegrir, você não vai mudar a sua opinião, o direitista enrustido vai então partir para ataques chulos e de cunho pessoal, como que tentando convencer os outros que o que você diz não tem valor, afinal trata-se de uma pessoa má, feia, fedida, chata ou qualquer outra coisa. Em última instância, o direitista enrustido vai perder todas as estribeiras e acabará apelando para o último recurso usado na tentativa de calar o interlocutor: ameaçar processá-lo!

E então? Você conhece um não conhece um monte de gente assim por aí? Vai ver você é uma delas. Mas não se desespere, pois sempre é hora para mudar.

E, como diz John Lennon, eu espero que um dia você possa se juntar a nós para que o mundo possa ser um só...  (via André Lux, jornalista e crítico-spam (de esquerda))




Para se identificar alguém de direita é preciso observar o conjunto dos atos e o tom do discurso, uma mistura de falsa simulação ideológica que inclui a negação das divisões políticas ou, no limite, da própria política. Outra saída é dizer que odeia política, que é apolítico (?), que político é tudo canalha, que não vai mais dar o voto para ninguém. Mentira: vai votar na direita. (via Leandro Fortes)

Chega a ser engraçado essa coisa de, no Brasil, ninguém ser de direita. Por aqui, alguém só se diz de direita quando quer chocar ou demonstrar certa ferocidade política e pessoal do tipo “sou de direita mesmo, vai encarar?”. Coisa de cabo eleitoral da TFP e bestas-feras do gênero.

Mas a regra é diferente. Quem é de direita só abre a boca quando percebe receptividade no ambiente. Mais ou menos como quem é racista. Normalmente, para se identificar alguém de direita é preciso observar o conjunto dos atos e o tom do discurso, uma mistura de falsa simulação ideológica que inclui, necessariamente, a negação das divisões políticas ou, no limite, a própria negação da política.

Dessa forma, ao ser questionado sobre pendores ideológicos, o indivíduo de direita se sai sempre com o clichê da queda do muro de Berlim – embora a maioria apenas desconfie, ligeiramente, do verdadeiro significado do evento e do processo que o deflagrou. Depois da queda do muro de Berlim, portanto, não tem mais direita nem esquerda, é tudo muito relativo. Outra saída é dizer que odeia política, que é apolítico (?), que político é tudo canalha, que não vai mais dar o voto para ninguém. Mentira: vai votar na direita.

No Brasil, há casos clássicos de políticos e intelectuais que migraram para a direita, um pouco pelo desencanto do comunismo, pela perda natural dos ideais que a idade provoca, mas muito pela oportunidade de ficar rico ou fazer parte da elite nacional que toma uísque escocês e freqüenta balneários de luxo, ainda que forma subalterna e humilhante. Não é preciso citar nomes, mas muitos pululam pelos parlamentos, partidos políticos e redações de jornais. Pergunte a qualquer deputado ou senador se ele é de direita, e não vai aparecer nenhum.

Todo mundo tem uma desculpa para não ser de direita, mesmo os mais conservadores e reacionários, mesmo as viúvas da ditadura militar, mesmo os risíveis neodemocratas de plantão. Todos vão dizer que esquerda e direita não existem mais. Que depois da queda do muro de Berlim, etc,etc,etc.

A verdade é que ninguém quer se admitir de direita porque, no Brasil, ou em qualquer outra nação latino-americana que tenha sido submetida a regimes neofascistas comandados por generais, ser de direita tem pouco a ver com a clássica postura liberal econômica ou com a defesa das leis de mercado. Tem a ver é com truculência, violência, racismo, fundamentalismo religioso, obscurantismo político, coronelismo, ódio de classe e, é claro, golpismo. Por isso há tão poucos direitistas assumidos.

Assim, de cabeça, aliás, não lembro de nenhum. Ah, de repente me lembrei de uma confissão antológica do ex-deputado Wigberto Tartuce, o Vigão, parlamentar do PTB brasiliense, de riquíssimo prontuário policial, temeroso de ser confundido na multidão: “Eu sou de direita, mas sou honesto”. Até agora, a única confirmação das autoridades policiais é a de que Vigão é mesmo de direita. (via tudo em cima)

sábado, 12 de dezembro de 2009

Faroeste Calango


Já vou logo avisando a você: O DF virou uma terra sem lei. Melhor, um faroeste, onde mandam pistolões e o restante se borra ou leva chumbo. Então, manifestantes munidos de vergonha na cara e consciência ético-política se viram em guerra contra uma frota militar de cavalos, cachorros e o mais temível dos animais, o ser humano.


O humano é temível como temíveis fomos nas ruas contra a corrupção que esfregaram na nossa cara. O humano é temível também quando não reconhece no outro o seu semelhante, e o massacra com tiros e cassetetes. Mas eu vou te deixar animado: eu provei e são de borracha. E vai ser preciso mais para frear a força da nossa insurreição. Já a manada de cavalos estava calçada com ferro mesmo. Porém, ao contrário do que imaginam, isso só nos enche de motivos para lutarmos com ímpeto e mais ímpeto. Os que achavam que as cavalgadas nos iriam desanimar acordaram debaixo de chuva de ferraduras sobre as próprias cabeças.

Na terra do faroeste, polícia bate em criança num ato pacífico, e adolescente agora apanha de professora em vez de aprender lição de cidadania. No faroeste, o bandido que aumentou mil por cento o seu patrimônio é o mocinho, e os que foram roubados, lesados por essa sujeira de cortar a carne, não podem gritar coletivamente a sua indignação, sem ter que levar pancada. A terra do faroeste enfiou a ditadura militar num fundo bolso.


E na terra do faroeste calango, me avisam para que eu tire os dizeres do inconformismo estampados no carro, alertando que levarei multa ou que as chefias irão me punir. Ora! Pro inferno com aviso de merda! Não vou pagar simpatia pra ninguém! E se vier de gracinha, já vou avisando: eu vou dar enxaqueca e trabalho. E sozinho eu não tô. Nem eu e nem a companheirada que foi presa, e nem a que foi "só" machucada, e nem as crianças. Companhia uns pros outros, na luta e até a vitória! 




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Por ortegal
http://cartadesmarcada.blogspot.com/

“Gibi” é cultura?


Em recente artigo intitulado "Mulher pelada é cultura", publicado no Site do Jornal Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/), o jornalista Gilberto Dimenstein argumentou que gibi (Histórias em Quadrinhos) e revista de mulher pelada (ele cita a Playboy) não seriam cultura.
        Dimenstein em seu texto pretende atacar o programa de incentivo a cultura do governo federal, o vale-cultura, um projeto que busca expandir as possibilidades de acesso a cultura da população brasileira, tão carente de bens culturais. Não vou entrar aqui na questão valorativa ou política do programa em si, não é meu objetivo, mas vamos discutir o conceito de cultura utilizado por Dimenstein e o porquê ele não considera Histórias em Quadrinhos como "cultura".
          Primeiramente é bom lembrar que academicamente os antropólogos não utilizam mais a palavra cultura, assim no singular, mas culturas, no plural, dando ênfase a diversidade de culturas humanas. Dimenstein ainda parece ver o mundo a partir de uma perspectiva anterior aos escritos sobre multiculturalismo, que já estão ai à pelo menos meio século, fica a pergunta: será que Gilberto Dimenstein leu algo publicado nos últimos cinquenta anos? Parece que não!
          Até porque ao se referir a revistas de história em quadrinhos ele usa o nome de Gibi, que era em si uma publicação da década de 40, que teve seu primeiro número lançado em 1939. Somente pela forma como Dimenstein nomeia estas publicações (gibi ao invés de revista de histórias em quadrinhos) temos uma ideia da mentalidade com que observa o mundo, ou seja, sua visão de mundo esta ligada à época em que nosso presidente (ou melhor ditador) era Getúlio Vargas.
     Neste caso é pouco provável que este jornalista, que posa de sabe tudo, e parece não saber nada, mas utiliza sua inserção em um dos maiores jornais do país para escrever sobre quase tudo, e entre outras coisas sobre educação, desconfio inclusive que grande parte de seu publico seja de professores, que vão aos seus escritos buscar alguma orientação a fim de consolidar sua própria visão de mundo, mas o que  encontram não é muito diferente do pensamento das normalistas dos anos sessenta.
         Aquele tipo de professora que fazia alunos decorarem textos do tipo "Ivo viu a uva" sem significado algum, ao mesmo tempo em que atacavam os chamados "gibis", que já na década de sessenta traziam textos muito mais interessantes do que aquelas velhas cartilhas empoeiradas que Dimestein insiste em não abandonar.
        Também salientamos que as histórias em quadrinhos como afirma, em diversos textos o pesquisador Prof. Dr. Gazy Andraus, trás informações imagéticas "que deflagra e ativa certas áreas do hemisfério direito do cérebro, enquanto que os fonemas e o cartesiano deflagram-se e ativam o esquerdo. Assim, usar quadrinhos (arte em geral) no ensino, auxilia numa inteligência sistêmica e não pende quase que exclusivamente ao racional e cartesiano, o que atrofia a inteligência criativa", sendo assim seu uso na educação traria um maior "equilíbrio mental salutar na cabeça do aluno, não importando que idade...já que a mente é neuroplástica" (Gazy Andraus, Carta  em contra-resposta ao texto de Gilberto Dimenstein questionando que gibi seja cultura, lista AGAQUE-L: agaque-l@listas.usp.br).
         Resumindo a ópera: não levem a sério as palavras de Gilberto Dimenstein, ele não sabe o que fala, e não é necessário acreditar neste colunista, basta ler obras como: Watchmen ou Promethea de Alan Moore, absolutamente qualquer obra de Will Eisner, as tiras de Charlie Brown, Calvin e Haroldo, Mafalda, entre outras, inclusive algumas publicadas no Jornal Folha de São Paulo, que abre espaço para esta "incultura", e é também a publicação de onde também fala Dimenstein.
        Também podemos citar Maus de Art Spiegelman que ganhou o prêmio Pulitzer, as obras de Osamu Tezuka, tema dos últimos quatro textos publicados neste espaço por nós, até HQs populares, como Tex, que acaba de ter publicado nas bancas um fantástico álbum intitulado Patagônia, e por ai vai. Lembramos também de Ziraldo e do conhecido Mauricio de Souza e sua Turma da Mônica, para ficar com a mais popular história em quadrinhos brasileira, sempre tratando de temas envolventes. Lógico que tamanha é a profundidade temática e imagética das histórias em quadrinhos que poderia fazer uma lista de umas duas centenas de obras aqui, e ainda assim seria pequena e parcial, mas isso pouco adianta para Gilberto Dimenstein, que sequer tem a preocupação de ler as HQs publicados no próprio jornal em que escreve. 
         Por isso leitor vá às obras, e sempre desconfie quando alguém achar que pode servir de policia cultural, isso nunca é bom, e sempre esta a serviço de algum programa político, mesmo quando o autor não explicita qual.
        Afinal não sei se "gibi" é "cultura", mas que as histórias em quadrinhos fazem parte da grande diversidade das culturas humanas, isso faz.
Edgar Indalecio Smaniotto
Filósofo, mestre e doutorando em Ciências Sociais pelo programa de
pós-graduação em Ciências Sociais da UNESP – Faculdade de Filosofia e
Ciências de Marília.
Artigo publicado no Jornal Graphiq, Dezembro de 2009, página 3.