domingo, 5 de abril de 2015

PMs ou Capitães do Mato?


A população em luto sai às ruas para protestar diante do assassinato de uma criança de 10 anos, baleada na cabeça por um PM quando estava sentada em frente a sua casa. E, então, o que faz a polícia? Pede desculpas? Prende o autor do disparo?



Não. Monta uma operação de guerra contra o povo. Vai até o Complexo do Alemão e joga bombas de gás nas pessoas e gás pimenta no rosto de homens, mulheres e crianças que protestavam pacificamente. Os que fazem isso não são policiais, são "capitães do mato". Os que dirigem estes mateiros são ainda piores. A propósito, há governo no Rio? (via Marcos Rolim)



A mãe de Eduardo de Jesus Ferreira, Terezinha de Jesus, afirmou que foi ameaçada por um PM logo após a morte da criança. Em desespero, ela disse ao policial: "Vocês mataram meu filho". E em seguida, ouviu do mesmo agente:

— 'Já que eu matei o filho, a gente também pode matar a mãe.' E apontou a arma para mim. (via R7)

"Quando fui socorrer meu filho, o PM falou que eu era vagabundo que nem ele. Falou que matou um vagabundo que era filho de um vagabundo", declarou o ajudante de pedreiro. "Sou trabalhador, trabalho de carteira assinada", completou. (via O dia)



Caso a visão de tanques circulando nas ruas ou de corpos estirados no chão não seja simbólica o suficiente, posso repetir objetivamente: estamos em guerra. Resta saber quem ganha com a invisibilização dessa guerra e quem é o nosso real inimigo.



É claro que o crime existe. É claro que criminosos existem. Mas o Estado continua trabalhando para esconder as estruturas de governo que produzem criminosos. Não se debate a igualdade de direitos e oportunidades. Não se debate o fim da Polícia Militar, como foi recomendado pela ONU.



Mas soluções superficiais de contenção da violência: redução da maioridade penal, aumento do aparato policial, “pacificação”. Tudo para o conforto e a segurança da classe dominante. (via feminismo à esquerda)



Quem está organizando o tráfico no Rio?
Quem são os comandos?
Porque a PM não diz quem está procurando?

Porque o combate ao tráfico não gera UMA única prisão de um chefe?

Porque você não percebe que, com tantas perguntas sem resposta, podemos estar diante de uma situação em que a PM está operando o tráfico, como gerente de alguém, extremamente poderoso na estrutura do Estado? (via Anderson França Dinho)

As UPPs são projeto de dominação política e econômica da cidade. O local onde foram instaladas e a maneira como são geridas demonstram que elas são instrumentos de uma política econômica de venda e expropriação da cidade. (via Universidade Nômade)

O que aconteceu nos casos de Amarildo e DG — e agora no caso do Eduardo — não é diferente do que acontece com milhares de outras vítimas da guerra às drogas, assassinados por uma polícia militar treinada para enxergar favelados, pobres e pretos como inimigos desprovido de direitos a serem abatidos.



Estão circulando, nas redes sociais e Whatsapp, fotos falsas de um garoto supostamente armado (não tem como saber as circunstâncias em que a fotos foram tiradas) que não é Eduardo, numa tentativa desonesta e perversa de justificar sua morte e, ao mesmo tempo, fortalecer os discursos demagógicos e irresponsáveis que defendem a redução da maioridade penal.



Tempos sombrios, nos quais precisamos muito, todos nós, fazer um grande esforço para enfrentar, com muita vocação pedagógica, esses discursos que se espalham e contaminam o senso comum, empurrando-nos para um precipício que pode nos levar a cair de novo em algumas das piores tragédias da nossa história. (via Jean Wyllys)



Dos 82 assassinatos de crianças e adolescentes de até 14 anos cometidos pela polícia no Brasil em dez anos, 50 ocorreram no Rio. O estado responde por 60% dos casos registrados.  (via O Globo)



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