quarta-feira, 11 de junho de 2014

Copa da Fifa é a celebração da Ditadura

Havia um tempo onde as pessoas eram capturadas pela polícia e levadas para lugar inacessível e escondido da população, para toda sorte de arbitrariedade. Nesse tempo, os advogados não tinham suas prerrogativas respeitadas, seus clientes não tinham portanto acesso a defesa e muitos operadores do direito eram enquadrados como terroristas por tentar oferecer defesa aos acusados.


Nesses tempos também, os "crimes de opinião" eram os mais raivosamente perseguidos. A posse de livros críticos era, assim como na caça às bruxas da inquisição, motivo para prisões e acusações formais. Livros acadêmicos, teóricos, mas que contestavam o regime. E todas as arbitrariedades eram feitas impunemente. Quem ousasse denunciar ou testemunhar contra, era prontamente inserido no radar ditatorial.

Havia esse tempo, onde se invadia a casa das pessoas, recolhia-se suas cartas, seus livros, seus documentos, fotos e até familiares que testemunhassem e levavam todos, tudo isso amparado pela lei, hoje tida como aberrante!

Hoje, a casa de 4 ativistas foi invadida pela polícia civil, estes foram detidos em curso de uma investigação sobre atividades comunicacionais (afinal. Delegacia de crimes da internet), levados para um lugar chamado "cidade da polícia", onde imprensa não entra, manifestante não se aproxima e advogado não tem as prerrogativas garantidas. Esta delegacia (DRCI) é a mesma que deteve dois menores de idade ano passado e levou como provas livros comunistas e anarquistas, além de uma faca (atenção, se vc tem uma faca em casa, prepare-se pra ser preso).


O delegado a frente da operação, o mesmo que tentou de todas as formas acusar a mulher de Amarildo de ser traficante e de estar mentindo. A punição por isso foi ser promovido pra DRCI. Não obstante, entre os ativistas presos, uma advogada, pertencente à comissão de defesa dos animais, integrante da defesa dos direitos humanos e militante na defesa dos manifestantes presos, com a prestação de assistência jurídica a estes. Uma esposa de um dos ativistas também foi levada. E mais absurdo ainda: um dos presos era justamente uma testemunha numa audiência hoje contra policiais que haviam forjado prisões falsas em 2013. Ou seja, quem denuncia continua sendo "eliminado", ou ao menos perseguido e impedido de reivindicar justiça para si e para a sociedade.

E isso tudo "dentro da lei", na democracia. Isso está sendo agora, hoje, meus caros. É preciso uma resposta urgente e firme da sociedade. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, com a leniencia do Judiciário do Rio, à mando do executivo estadual, está afrontando o Estado Democrático de Direito construído em anos de luta. É necessário um posicionamento nacional também!

P.S.: é preciso apurar isso que está acontecendo, eu estou lendo estas informações em várias páginas e rememorando vários casos do ano passado, pois até manifestações do pensamento como esta estão servindo de motivo para investigações e pedidos de prisão. A democracia corre aqui sério risco.


Ao que tudo indica, dos dezessete mandados seis teriam relação com a denúncia de Aécio Neves e os outros onze são política preventiva de intimidação à ativistas e críticos do governo Cabral. Há também vingança contra aqueles que prestaram assistência aos detidos nas prisões ilegais em massa efetuadas no Rio de Janeiro, e veem enfrentando as arbitrariedade e os ataques ao Estado de Direito promovidos pelo próprio poder público. Como é o caso da advogada ativista Eloisa Samy que nos garante presença no ato convocado para às 10 horas, amanhã, na Candelária. “Estarei nas ruas, não tem arrego”, diz Eloisa. 

O pacto que une o Senador Aécio Neves ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, já mostra sua cara nas vésperas da Copa. O Aezão da censura e da intimidação é também certeza de criminalização dos movimentos sociais e da instauração de uma caça às bruxas para o que consideram ‘delitos de opinião'. O cardápio inclui intimidação dos críticos, conivência da Justiça e todo obscurantismo kafkiano que mora sob o rótulo deste tipo de ‘sigilo’ dos bastidores da máfia que une políticos e empresários.

■□■□■□■□■□■□■□■□■□■□■□ Via Samuel Braun e Midia Ninja

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